Imagem da Conferência
Em busca das coordenadas certas para a Medicina Familiar
A imagem gráfica criada para a 19.ª Conferência da WONCA Europa, a realizar em Lisboa em 2014, construiu-se em torno de um conceito visual base: o astrolábio. E porquê o astrolábio?
Este instrumento de navegação foi crucial para as descobertas realizadas pelos navegadores portugueses a partir do século XIV, representando uma tecnologia de ponta à época e um modo bastante portátil de os exploradores se orientarem, em mares desconhecidos.
O astrolábio náutico, tal como era utilizado pelos descobridores portugueses, tem as suas raízes numa forma de astrolábio mais genérica popularizada na cultura islâmica para a determinação das horas do dia e dos tempos de oração (terá sido criado no século VIII, a partir de ensinamentos transcritos de textos gregos). Chegou à Península Ibérica através das invasões muçulmanas e mais tarde generalizou-se, enquanto ferramenta indispensável na navegação marítima. Sem ele, os intrépidos marinheiros que zarpavam da costa portuguesa jamais teriam alcançado os grandes feitos que ficaram registados na História. Não teria sido possível, em suma, dar novos mundos ao mundo.
O astrolábio (agora estilizado e enriquecido por uma apelativa gama cromática) revela-se, portanto, um símbolo perfeito para a 19ª Conferência da WONCA Europa. De facto, esta grande iniciativa científica tem precisamente como mote a descoberta de novas rotas para a Medicina Geral e Familiar europeia, traçadas com audácia, visão e sonho, à imagem do que faziam as naus portuguesas durante os Descobrimentos.
À figura emblemática do astrolábio reúnem-se outros elementos que ajudam a identificar o espírito e o contexto do evento. Em particular, a silhueta da Torre de Belém (um dos monumentos ímpares da capital portuguesa) e a espiral, representativa de desafios a ultrapassar e de caminhos perfilados no horizonte.