en pt es

WONCA EUROPE 2014

Newsletter

introduza o seu email e subscreva a nossa newsletter

O melhor de

Telejornal Wonca Dia 3

Telejornal Wonca Dia 2

Telejornal Wonca Dia 1

Entrevista com
Isabel Pereira dos Santos

“Temos um programa científico bem diferente daqueles que têm caracterizado as conferências da WONCA Europa”
 
A presidente da Comissão Científica da 19ª Conferência da WONCA Europa, Isabel Pereira dos Santos, não tem quaisquer dúvidas de que o encontro magno da WONCA Europa, a realizar em Lisboa neste ano de 2014, saberá inovar. Não só pelos temas abordados, mas também pelas figuras de relevo englobadas no programa
 

Quais são as suas expetativas para 19ª Conferência da WONCA Europa, que decorrerá em Lisboa em julho de 2014? 
Olhando, desde logo, para o naipe de conferencistas que estará presente em Lisboa, julgo que temos um programa científico bem diferente daqueles que têm caracterizado as conferências da WONCA Europa, no passado. Algo que vem ao encontro do próprio lema da conferência: a descoberta de novas rotas para a MGF.
Encontramos, de facto, na lista dos speakers pessoas que têm estado na cúpula dirigente da WONCA, como Richard Roberts e Michael Kidd. Mas o engraçado é que estes responsáveis, além de figuras prominentes ao nível da WONCA, conseguem transmitir mensagens fundamentais. Richard Roberts é um homem com grande conhecimento da Medicina Familiar, em todo o mundo, suplementado por uma enorme capacidade de síntese e comunicação. Michael Kidd, por seu turno, é um conferencista brilhante que nos traz uma temática central, a avaliação de casos clínicos. Uma metodologia muito importante de investigação, a partir da qual nasceram grandes descobertas clínicas. 
 

Mas vão estar presentes outras personalidades, menos ligadas à estrutura da WONCA…
Vamos ter connosco o colega Carl Edvard Rudebeck, que raramente aparece neste tipo de eventos e que nesta ocasião partilhará os seus pensamentos (profundos e substantivos) sobre a relação médico/doente e os processos de comunicação estabelecidos entre os dois. Em vertentes que não estamos habituados a explorar… Já Margaret McCartney vem-nos falar da prestação de cuidados personalizados, mas sempre numa perspetiva de não causar mal ao doente. Ou seja, tentará ajudar-nos a perceber como, numa era em que os MF são empurrados quase em exclusividade para uma Medicina preventiva (por vezes de duvidosa e escassa utilidade), podemos prestar este tipo de cuidados sem prejudicar o doente. Depois, há que não esquecer Richard Smith. Esteve inúmeros anos à frente do British Medical Journal e explorará um assunto muito pertinente: a gestão do conhecimento. Trata-se de uma personalidade de enorme envergadura científica.
As novas rotas que marcam este evento são justificadas, também, pela inovação relativamente a quem convidamos para o debate. É o caso da maestrina Joana Carneiro, figura de proa na abertura da conferência e que oferecerá o contributo e as ideias de um outro tipo de profissional, não médico, com uma forte componente cultural. Seja qual o rumo que der à sua comunicação, a maestrina Joana Carneiro trar-nos-á sempre algo de novo, porque representa o olhar de alguém que está verdadeiramente de fora e que tenta analisar a nossa missão de MF, similar ao seu ofício em alguns pontos, sobretudo ao nível da coordenação, mas também da arte e da performance.  
 

Foram escolhidos 13 tópicos gerais para a conferência, que vão desde a investigação em Clínica Geral e MGF, até à consulta pós-moderna. Considera que estão todos alinhados com as necessidades do médico de família contemporâneo? O que gostaria de realçar como traços distintivos da conferência?
Realço, sobretudo, os temas que são menos vulgares e ao mesmo tempo bastante atuais, em particular a consulta pós-moderna e a farmacogenómica/medicina personalizada.
O tema da consulta pós-moderna tem que ver com a autonomia das pessoas que nos procuram. As nossas consultas, no presente, são cada vez mais consultas em que o médico deixa de ter a autoridade máxima e uma postura paternalista, são momentos do “eu quero”, “eu desejo”, por parte do doente. 
Ao abordarmos este tema, vamos com certeza falar sobre a forma como lidamos com esta – quase – autodeterminação das pessoas que nos consultam.
Por outro lado, na sociedade moderna, convivemos com um número cada vez mais vasto de dispositivos médicos e fármacos que têm efeitos diversos, em diferentes pessoas, conforme as suas condicionantes genéticas. Este é o princípio basilar da farmacogenómica, que pretendemos debater a fundo no evento. Ou seja, perceber por que indivíduos distintos reagem de maneira diferente às terapêuticas que lhes propomos. De facto, já conhecemos na atualidade alguns dos mecanismos genéticos que interferem nessa diferença e há cada vez mais investigação vocacionada para tratar deste tema. 
Por isso, é de extrema importância que os MF relatem nos seus casos clínicos e registem nos seus ficheiros não só as reações adversas a medicamentos, no sentido mais técnico do termo, como as situações detetadas de pessoas que reagem de forma incomum aos tratamentos. 

Voltar Imprimir O seu email não é valido
Organização
Apoio
Transportadora Oficial
2014 © Leading Todos os direitos reservados
Última actualização 2017-02-02